ABSTRACT
A localização precisa das áreas corticais eloquentes é de fundamental importância no planejamento neurocirúrgico, especialmente num contexto em que lesões expansivas, destrutivas ou anomalias do desenvolvimento cortical podem distorcer a anatomia cerebral normal. Recentemente tem sido demonstrado que a ressonãncia magnética funcional mesmo na presença destas distorções é útil na localização das principais ´´areas eloquentes, facilitando o planejamento cirúrgico. Este artigo analisa os principais aspectos relativos ao uso da ressonância funcional em cirurgia de epilepsia, incluindo suas limitações. Adicionalmente avalia o uso potencial de um paradigma específico para análise da memória espacial. Apresentamos os resultados da experiência recente do Centro de Cirurgia de Epilepsia (CIREP) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, envolvendo estudos funcionais em 40 pacientes candidatos à ressecções de zonas epileptogências localizadas em áreas eloquentes ou nas suas proximidades, e ainda 17 voluntários normais em um paradigma de navegação. Nossos resultados confirmam que a ressonância funcional em conjunção com outros métodos é inequivocamente útil na redução do tempo cirúrgico, na otimização da ressecção cirúrgica e na prevenção de potenciais déficits funcionais